Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

21 junho, 2008

POESIA


Silêncio

Subitamente um silêncio
um prolongado silêncio
sobre as horas da tarde.
Na paisagem parada no tempo
um momento intenso de Outono.
Nevoeiro e melancolia
a alimentar a tristeza.
É um silêncio de ausência
é um silêncio só
muito só
sem nada
sem ti

o3.10.07

16 junho, 2008

POESIA AO AMANHECER


Bom dia, Amigos

Ultimamente tenho tido bilhetes gratuitos para o cinema, mas fico condicionado pelas salas e depois também me condiciono pelo horário. Resultado, da última vez saiu-me na rifa um tal de Hidalgo - o grande desafio. Qualquer coisa de intragável. Com todos os estereótipos americanos de uma corrida de cavalos entre americanos e árabes. Como convém. Naturalmente que no meio de toda a fanfarronice que já nos habituaram, venceu o americano. Apenas duas coisas se salientaram. A figura principal, o tal de americano, era descendente de uma das tribos Sioux e o filme começa com o massacre de uma aldeia índia. Massacre absolutamente gratuito em que não ficou ninguém para contar. O filme não diz, mas os Estados Unidos assentam sobre um dos maiores genocídios da história. Essa democracia, a dita mais velha democracia do mundo tem nos alicerces a exterminação da população autóctone que naturalmente os compêndios de história omitem, ignoram ou escondem em fim de página. Estima-se que dos 20 milhões restarão hoje pouco mais de um milhão, não em regiões autónomas, mas em reservas. Isso mesmo, em reservas!!! E andam estes senhores e uma quantidade de papagaios, a dar-nos lições de moral e de história. O filme termina, com o vencedor a utilizar o dinheiro do prémio que ganhou para comprar os cavalos selvagens da comunidade índia, o mustang, que um tal 7ª de cavalaria se preparava para massacrar. Depois, admiramo-nos com a invasão do Iraque.

IDÍLIO

Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;

Ou, vendo o mar, das ermas cumiadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longe, no horizonte, amontoadas:

Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua
Sinto tremer-me a mão, e empalideces...

O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.

ANTERO DE QUENTAL

" - Adeus - disse a raposa. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos..."

ANTOINE SAINT-EXUPÉRY, in "O Principezinho"

"A submissão dos militares ao poder político, e o regresso aos quartéis, foi uma das questões mais bem resolvidas do novo regime democrático saído do 25 de Abril."

NUNO SEVERIANO TEIXEIRA, in "História", Abril de 2004

Porto, 04 de Maio de 2004

02 junho, 2008

POESIA

Perguntas ao mar


Mar imenso, como um lago
sem limites sem horizonte.
Azul, só azul, escuro prateado
picos de branco brilhando
com a luz do sol.
Correntes de água deslizando
céu azul claro e ligeira névoa
à distância onde o olhar se perde
Que mar é este que ma chama?
Que me traz até este lugar?
Procuro nas breves ondas
sinto um olhar,
uns olhos silenciosos
que falam de quando em quando.
E o aroma que se sente
e inquieta a alma.
Que mar é este que não responde?
Um clarão de sol traça uma estrada
e por ela sigo sem destino.
Onde me levará este mar
que tanto me chama?
ou sou eu que escuto
Sons que não existem?

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

gaivotas brincam na areia
e uma brisa de Outono
não me deixa partir.
Que nome é aquele
que chega na luz do
crepúsculo e me chama para si?

22.09.07

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