Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

14 maio, 2007

POESIA


Quando te vi

Amanheceu sombrio e triste
o dia que trouxe esta manhã
enquanto navegava por silêncios
de oceanos profundos

Procurei-te toda a noite
entre as constelações do sul
tentando encontrar o teu nome
escrito em pedras de mármore

Sossegava já o alvorecer
quando te vi chegar
por entre grinaldas amarelas
e a doçura da canela
que naus invisíveis traziam do resto do império

E a tua voz soou ao longe
trazida pelo campanário de uma aldeia recôndita
enquanto as palavras esvoaçavam na planície
ao encontro da minha alma esquecida

Nas águas do teu olhar mergulhei
e senti a pureza dos lagos da montanha
nos dias serenos do degelo
enquanto o tempo se detinha sem memória

Agora vejo o mar e é como se te visse a ti
sobre as águas velejas de encontro ao horizonte
há um brilho estranho sobre as ondas
Leva-me o vento suão
à procura do infinito

e afinal
estou só à espera que chegues de novo.


Porto, Agosto de 1997. A terceira das Canções Desesperadas

1 Comments:

Blogger LurdesMartins said...

Era disto que eu tinha saudades! Lindo!!!!!!!!!!
Abençoadas canções desesperadas!

Beijinhos grandes

4:11 da tarde  

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