POESIA AO AMANHECER
Bom dia, meus Amigos
É verdade que a vida é feita de partidas e chegadas. Embora prefiramos sempre as chegadas às partidas, vivemos um tempo de partidas. Para já não falar de outras partidas em Outonos anteriores. Em Janeiro foi esse amigão do Júlio Soares que nos deixou ao fim destes anos todos. Assim de um dia para o outro, sem mais nem menos e sem podermos preparar-nos e por aí anda de quando em vez a enviar-nos um poema e uma saudação através de "Um Porto de Abrigo". Em Fevereiro partiu uma amiga. Uma espécie de crónica anunciada que chegou ao fim, mas deixou saudades e marcas. Embora estas fossem de uma amizade que já não existia, não é fácil perder uma amiga, até porque não se arranjam outras com facilidade. As amizades demoram tempo a encontrá-las, a construi-las a dar-lhes confiança, pelo que quando partem, é sempre uma perda. Por fim, amanhã, parte a Olga Cecília. Essa miúda que andou por aí vinte anos a aturar-me, aproveitou a chegada da Primavera e vai voar para um destino que ainda não definiu muito bem. Mas vai e os meus endereços vão ficar mais curtos, até que um dia, quiçá vou olhar para o lado e não terei a quem escrever. Pelo menos, nessa altura e enquanto puder, escreverei para mim próprio.
CANTAR ALENTEJANO
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão por
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem pr'a si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar.
JOSÉ AFONSO, in "O Nosso Amargo Cancioneiro"
"A ADN constitui o reservatório molecular da informação genética: a ordem segundo a qual os diferentes nucleótidos se dispõem ao longo da molécula ADN determina a espécie de proteínas que resultarão da fusão dos aminoácidos fundamentais; deste modo, a ADN controla a produção de proteínas, as quais, por sua vez, controlam a natureza do organismo. A ADN é, por conseguinte, a molécula mais importante da célula."
ROBERT JASTROW, in "A Arquitectura do Universo"
"No último meio século, a Turquia regressou à inspiração pró-islamita na condução da sua vida política. São os paradoxos do jogo democrático, ensaiados por um partido empenhado em banir a herança da revolução modernizante de Atatürk."
JOSÉ PEDRO TEIXEIRA FERNANDES, in "História", Março de 2004
Porto, 31 de Março de 2004
É verdade que a vida é feita de partidas e chegadas. Embora prefiramos sempre as chegadas às partidas, vivemos um tempo de partidas. Para já não falar de outras partidas em Outonos anteriores. Em Janeiro foi esse amigão do Júlio Soares que nos deixou ao fim destes anos todos. Assim de um dia para o outro, sem mais nem menos e sem podermos preparar-nos e por aí anda de quando em vez a enviar-nos um poema e uma saudação através de "Um Porto de Abrigo". Em Fevereiro partiu uma amiga. Uma espécie de crónica anunciada que chegou ao fim, mas deixou saudades e marcas. Embora estas fossem de uma amizade que já não existia, não é fácil perder uma amiga, até porque não se arranjam outras com facilidade. As amizades demoram tempo a encontrá-las, a construi-las a dar-lhes confiança, pelo que quando partem, é sempre uma perda. Por fim, amanhã, parte a Olga Cecília. Essa miúda que andou por aí vinte anos a aturar-me, aproveitou a chegada da Primavera e vai voar para um destino que ainda não definiu muito bem. Mas vai e os meus endereços vão ficar mais curtos, até que um dia, quiçá vou olhar para o lado e não terei a quem escrever. Pelo menos, nessa altura e enquanto puder, escreverei para mim próprio.
CANTAR ALENTEJANO
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão por
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem pr'a si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar.
JOSÉ AFONSO, in "O Nosso Amargo Cancioneiro"
"A ADN constitui o reservatório molecular da informação genética: a ordem segundo a qual os diferentes nucleótidos se dispõem ao longo da molécula ADN determina a espécie de proteínas que resultarão da fusão dos aminoácidos fundamentais; deste modo, a ADN controla a produção de proteínas, as quais, por sua vez, controlam a natureza do organismo. A ADN é, por conseguinte, a molécula mais importante da célula."
ROBERT JASTROW, in "A Arquitectura do Universo"
"No último meio século, a Turquia regressou à inspiração pró-islamita na condução da sua vida política. São os paradoxos do jogo democrático, ensaiados por um partido empenhado em banir a herança da revolução modernizante de Atatürk."
JOSÉ PEDRO TEIXEIRA FERNANDES, in "História", Março de 2004
Porto, 31 de Março de 2004
1 Comments:
Boa Páscoa!
Vêmo-nos no fim-de-semana seguinte, certo?!?
Beijinhos
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