Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

13 março, 2007

POEMAS


Sonhos…

Esta tarde passeamos juntos pelas margens do Sena
Enquanto o sol planava ameno
o meu olhar acariciava-te de soslaio
como quem teme quebrar o encanto da tua presença

Foi longo o nosso passeio pelos limites desse rio famoso
e olhamos os dois o outro lado
Deste-me a mão para vermos os barcos subir a corrente
e senti o pulsar do mundo inteiro nesse contacto.
Foi como se o rio se abrisse num mar e me afogasse

Continuamos a andar enquanto falavas
e as tuas mãos desenhavam gestos
mas já não via nem escutava
sentia apenas a minha mão apertada com ternura
e os meus olhos mergulhados nos teus

Olhamos de longe o Trocadero
e deixaste que te abraçasse o corpo
e sentisse a leveza da pele desse teu rosto moreno
Falei e não ouvi. Apenas tu existias.

Disseram-me que tens aparecido muito bonita
com a beleza da juventude que só as mulheres possuem.
Tenho saudades de ti
como das flores que colhia nas montanhas para te trazer
nas noites de Inverno quando só o vento escutava os meus apelos

Mas isso foi ontem, ou amanhã
Hoje estás aqui, comigo
a descer os Campos Elísios quando o sol já partiu
e deste-me de novo a mão e senti esse néctar de mel
que emana de ti e me deixa silencioso

Agarro-te com força os dedos pequenos
olhas de lado, sorris e sinto-te contente
Alcançamos de novo a corrente das águas que vão para o oceano distante
abraço-te com doçura para não te perder
Estás aqui e estás longe, mas sinto-te sempre bela
Tenho-te hoje porque o mundo é meu
amanhã vou sentir-te partir de novo para lugares que não ouso alcançar
e
continuarei a seguir-te, a procurar-te, a tentar encontrar os atalhos que
possam levar às longas avenidas que conduzam a essa vida que
tanto desejo.

Paris, Junho de 1997. O poema de amor de entre sete canções desesperadas, enquanto vivia encontros imaginados

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