POESIA
Recordações
Hoje, voltei a percorrer as calçadas que marginam o rio,
à procura do teu sorriso sobrevoando o amanhecer
e do teu olhar
doce como as ameixas maduras
e límpido como as águas do mar.
Sei que não estás.
Partiste com o pôr-do-sol
para paragens que não ouso alcançar
Deixaste-me a noite iluminada
pela lua eterna e pelo brilho do meu chamar.
Estás longe e estás aqui
não te esqueço enquanto sinto o vento passar.
Procuro pelos cantos escondidos do silêncio
tenho-te a todo o instante e encontro-te por todo o lado.
Esta tarde respondeu a solidão ao meu chamamento
e, no entanto, vi-te passar rio abaixo
num barco sem ninguém
esfumando-se por entre névoas de fantasia.
Dia a dia, reúno forças para chegar onde tu estás,
subir as montanhas que me separam do mundo,
vencer as florestas da vida que não existe,
respirar o aroma trazido pelas gaivotas ao entardecer.
Diariamente, regresso só,
sentindo-te ao meu lado como uma miragem.
Afasto os fantasmas todos que me rodeiam
para que só tu estejas comigo
mas sempre
me chega o medo ao deitar
quando tens de partir para onde eu não posso ir.
Porto, Julho de 1997. A primeira das Canções Desesperadas
Hoje, voltei a percorrer as calçadas que marginam o rio,
à procura do teu sorriso sobrevoando o amanhecer
e do teu olhar
doce como as ameixas maduras
e límpido como as águas do mar.
Sei que não estás.
Partiste com o pôr-do-sol
para paragens que não ouso alcançar
Deixaste-me a noite iluminada
pela lua eterna e pelo brilho do meu chamar.
Estás longe e estás aqui
não te esqueço enquanto sinto o vento passar.
Procuro pelos cantos escondidos do silêncio
tenho-te a todo o instante e encontro-te por todo o lado.
Esta tarde respondeu a solidão ao meu chamamento
e, no entanto, vi-te passar rio abaixo
num barco sem ninguém
esfumando-se por entre névoas de fantasia.
Dia a dia, reúno forças para chegar onde tu estás,
subir as montanhas que me separam do mundo,
vencer as florestas da vida que não existe,
respirar o aroma trazido pelas gaivotas ao entardecer.
Diariamente, regresso só,
sentindo-te ao meu lado como uma miragem.
Afasto os fantasmas todos que me rodeiam
para que só tu estejas comigo
mas sempre
me chega o medo ao deitar
quando tens de partir para onde eu não posso ir.
Porto, Julho de 1997. A primeira das Canções Desesperadas
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home