LEITURAS
António Borges Coelho alia a sua valia de grande historiador à beleza que resulta do prazer da escrita. No seu VI volume de Questionar a História traz-nos o relato dos últimos momento da vida do Inquisidor-Geral dessa instituição tenebrosa criada pela Igreja Católica Apostólica Romana em plena Europa do Renascimento e que nos países do sul conduziu a milhares de mortos nas chamas de fogueiras imensas como deixou mais milhares ainda, mortos e estropiados por torturas demenciais. Nenhum Deus poderia contemporizar com tamanha façanha diabólica, pelo que, se céu existe terá sido ganho pelas vítimas, pois para os algozes só as chamas eternas do Inferno poderiam ser elemento apaziguador das suas mentes distorcidas e calcinadas. Um pouco da prosa contida na contracapa dá relevo à riqueza da escrita deste historiador: «O inquisidor-geral está a morrer ao Rossio, “nos aposentos em que vive”, situados nos Paços do Santo Ofício que Mateus do Couto, arquitecto das inquisições destes reinos, remodelara “por mandado do Ilustríssimo e Reverendíssimo Senhor Dom Francisco de Castro, bispo inquisidor-geral e do Conselho de Sua Majestade.”
As instalações são amplas, as paredes grossas e forradas de alcatifas mas não abafam de todo o marulhar do povoléu do Rossio nem os gemidos dos cárceres.
Nos aposentos pessoais, além da câmara onde agoniza, dispõe de um lavatório e nele um cântaro de cobre para aquecer a água, uma bacia de latão com seu jarro coberto “para sua Ilustríssima lavar as mãos pela manhã”, uma bacia de latão para lavar os pés, uma bacia de barbear, um cuspidor de prata.»
Uma curta visita aos concelhos medievais e a Évora no advento da época moderna, juntamente com estudos sobre Duarte Nunes de Leão e os antepassados portugueses de Bento de Espinosa completam as 123 páginas deste delicioso livro elaborado pelo autor, professor de História e da nossa história.
As instalações são amplas, as paredes grossas e forradas de alcatifas mas não abafam de todo o marulhar do povoléu do Rossio nem os gemidos dos cárceres.
Nos aposentos pessoais, além da câmara onde agoniza, dispõe de um lavatório e nele um cântaro de cobre para aquecer a água, uma bacia de latão com seu jarro coberto “para sua Ilustríssima lavar as mãos pela manhã”, uma bacia de latão para lavar os pés, uma bacia de barbear, um cuspidor de prata.»
Uma curta visita aos concelhos medievais e a Évora no advento da época moderna, juntamente com estudos sobre Duarte Nunes de Leão e os antepassados portugueses de Bento de Espinosa completam as 123 páginas deste delicioso livro elaborado pelo autor, professor de História e da nossa história.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home