Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

21 novembro, 2006

POESIA AO AMANHECER


Olá! Amigos

Embora não pareça sou um homem de rotinas, de hábitos constantes e permanentes, por uma questão de disciplina, de estabilidade, de regularidade. Enfim! Mas às vezes, saio da rotina. Dou um pontapé na normalidade e vou à aventura. Ontem programei-me para sair às 5, mas saí já depois das 5h30 e fui para o estacionamento do Jardim do Calém para junto daquele lago de águas serenas que é o rio a espreitar o mar. Peguei no computador e mergulhei na história. Quando acordei, o ecrã brilhava muito porque já era noite. O rio fulgia na escuridão e na outra margem os faróis dos carros eram lanternas de luz a correr ao longo da margem. Com os vidros cerrados, eram um silêncio acolhedor que se sentia. Foi então que parti. É verdade que não houve a carícia de um rosto à despedida, mas foi bom. À noite chegavam notícias de que o Hubble tinha espreitado o universo há um bilião de anos atrás. Enviou os seus olhares pelo universo e apanhou as galáxias daquele espaço enorme de tempo. Com o big-bang o infinito assistiu à maior explosão que se pode imaginar. Uma miríade de cores e luzes num fogo de artifício escaldante espalhou-se por aí. Já tínhamos assistido a esse caldo termonuclear. Agora o Hubble está quase a aproximar-nos dessa janela do tempo que nos permitirá olhar o que havia antes. Quando isso acontecer, teremos dado um passo eterno. Até lá, vamos quebrando as rotinas e esperando pela noite na margem do rio.

SALMO

Abro-te o coração.
É um santuário humano.
Uma nave de intensa claridade
Que leva o sol da vida à tua imagem,
E laterais recantos de penumbra
Que discretas presenças
Povoam de secreta
Melancolia.
Entra, e vê por teus olhos
O templo onde moras
E onde mora a traição
Ao culto ilimitado que mereces.
Deusa do amor, sei que tudo perdoas
A quem ama,
Olhando a própria calma
Da heresia
Como indirecta luz que te alumia.

MIGUEL TORGA

"Numa estrela pequena o colapso produz uma quantidade modesta de calor e a temperatura no centro não consegue atingir os 300 milhões de graus requeridos para a ignição de núcleos de carbono. Assim, o fogo nuclear nunca chega a ser reacendido. Em contrapartida, a estrela continua a aluir até que, por fim, a matéria dentro dela está tão comprimida que impede qualquer outra redução de tamanho. A estrela permanece, então, neste estado altamente comprimido, para sempre."

ROBERT JASTROW, in "A Arquitectura do Universo"

"A provável reeleição do presidente Vladimir Putin nas eleições de 14 de Março corresponderá a uma viragem política na Rússia. No limiar de novos avanços do capitalismo, o presidente russo enfrenta exigências de «pôr os oligarcas na ordem», de redistribuição das riquezas, de reconstituição da protecção social e de um regresso ao papel de potência. Exigências essas paralelas a uma reavaliação da herança da União Soviética, não redutível à caricatura que dela fazem os liberais, que a apresentam como uma «nostalgia» passadista."

JEAN-MARIE CHAUVIER, in "Le Monde Diplomatique", Março de 2004

Porto, 11 de Março de 2004

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quebrar rotinas é o primeiro passo para alcançar a liberdade interior e logo a felicidade.
Bjinhos

7:54 da tarde  

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