Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

22 novembro, 2006

LEITURAS


Há figuras que temos na memória de uma ou outra leitura que fizemos, ou do conhecimento geral que corre entre o cidadão comum se a expressão me é permitida. Leonor Teles a rainha que viveu nos tumultos da grande revolução medieval é uma dessas personagens que vive no nosso pensamento com uma auréola de maldade. Mulher adúltera, sedutora dos homens e seduzida pelo poder, em nome do qual entregou o país aos castelhanos. Durante muito tempo viveu-se nesse limiar de não sabermos onde começa e acaba a verdade e essa incerteza ainda hoje se prolonga com os historiadores divididos. Afinal, foi uma rainha maldita ou uma mulher inteligente? Ou ambas as coisas?
Quando preparava o mestrado, esta senhora apareceu-me naturalmente no meio da análise e, por consequência das conclusões. Dessa feita foi bastante mais longe no conhecimento da mulher que abandonando um casamento em Trás-os-Montes, desceu até aos corredores do palácio, sedutora, ou seduzida por um rei que se viria a revelar frágil e fraco, pese embora algumas realizações de relevo, levou o país até à guerra civil e quase o fez perder a independência. Que papel teve em tudo isso Leonor é a incógnita que não chegaremos a esclarecer de todo. Hoje, parece assistir-se a alguma reabilitação da sua imagem negativa e, muitos que estudam a sua vida, os seus actos e as suas ambições, tendem a considerá-la mais a “Flor da Altura” com que a tratavam os que a admiravam, do que a dama maldita que a história pareceu alimentar.
Desta vez, a leitura incidiu sobre um romance histórico que pretende recriar a sua vida, mas contada pela própria no que foi a sua prisão de Tordesilhas. È pois, uma outra forma de abordar a vida desta personagem, através do qual pretende explicar as suas acções, justificar as ambições e desculpar os seus erros, mas não deixa de ser curioso que o adjectivo que aparece no título é o de maldita.
De qualquer forma, Leonor Teles, continuará a ser uma das personagens incontornáveis dessa revolução extraordinária que o país viveu entre os anos de 1383 e 1385. Precipitando o país no abismo ou perdendo o controlo de uma situação que julgou servir as suas grandes ambições, Leonor acabou vítima de uma situação cujo desenho ajudou a elaborar.

1 Comments:

Blogger LurdesMartins said...

O menino já leu a "Rosa Brava", sim senhor!
Vou pedir ao Pai Natal...
Beijinhos

6:16 da tarde  

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