Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

11 agosto, 2010

POESIA AO AMANHECER


Bom dia, meus Amigos

E tal como estava previsto, aqui regressei ao fim destes dias em que tantas coisas foram diferentes. Na verdade, pouco foi como tinha pensado, mas desde o início sabia que iria ser assim. Fiz apenas algo do que programei. Passei pelas montanhas, cheguei a olhar o mar, uma ou duas viagens que me conduzem de quando em vez a lugares perdidos de terras sem nome e de gentes surpreendentes e estive por casa para alegria dos cães que adoram ter companhia. A partir de hoje serão eles, sobretudo, a sentir a minha ausência. Para pena minha, pouco li e não fui até junto do oceano ao fim da tarde quando as aves regressam a terra, as águas partem para outros destinos e o sol se esconde para dormir, nem ao cinema, olhar o grande ecrã e sentir a vida a pulsar do interior de personagens fantásticas. Apesar de tudo, cheguei a esquecer o relógio a tomar as refeições às horas que me apeteceu e, até aprendi a andar de bicicleta. Mas outros tempos virão, que é o mesmo que dizer, outros dias de férias chegarão para acabar o que comecei e principiar o que não cheguei a iniciar. Bem, voltei para a vossa companhia, pelo que o fim do que é diferente também tem coisas positivas.


Companheiros, enterrem-me na Ilha Negra,
defronte do mar que conheço, de cada área rugosa
de pedras e de ondas que os meus olhos perdidos
não voltarão a ver.

(…) todas as chaves húmidas da terra marinha
conhecem cada estado de minha alegria,
sabem
que ali quero dormir entre as pálpebras
do mar e da terra…

Quero ser arrastado
para baixo nas chuvas que o selvagem
vento do mar combate e pulveriza,
e logo pelos leitos subterrâneos, seguir
para a Primavera profunda que renasce.

Abram a meu lado o lugar para a que amo, e um dia
deixem que outra vez ela me acompanhe na terra.

PABLO NERUDA, “Canto Geral”, in “Presentes de um Poeta”

Éreis muito piedosa. Nessa altura, tanto vós como eu acreditávamos em Deus, entenda-se, naquele que tanta gente nos descreve como se o conhecesse.

MARGUERITE YOURCENAR, in “Alexis ou o Tratado do Vão Combate”

“A melhor definição chegou pela voz de Jorge Barroso: um centro histórico não é um conjunto de casas ou de monumentos. É tudo isso honrando o passado e vivendo o presente com qualidade de vida. Um trabalho feito com a população e não uma tarefa feita em gabinetes povoados por iluminados.”

MANUELA GARCIA “O mundo dos centros históricos”, in “História", Junho de 2005

Porto, 11 de Julho de 2005

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