Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

05 junho, 2010

LEITURAS


GALILEU GALILEI (1564-1642), nascido em Pisa, é um dos mais célebres homens de ciência da Europa e uma das figuras mais emblemáticas do período que se convencionou chamar “revolução científica”. Na sequência das suas excepcionais descobertas astronómicas, feitas entre 1609 e 1611 com o auxílio do telescópio, iniciou uma ampla campanha em favor do heliocentrismo coperniciano, lançando um ataque implacável à filosofia natural aristotélica, envolvendo-se em debates, disputas de prioridade, e acesas polémicas que culminariam com um famoso processo inquisitorial em 1633. Fez desenvolvimentos da maior importância cientifica em mecânica, especialmente no estudo do movimento, e durante a sua carreira deu aos prelos alguns dos mais influentes textos de ciência do século dezassete, como o Sidereus Nuncius (1610), o Il Saggiatore (1623), o Dialogo sopra i due massimi sistemi (1632) e os Discorsi e dimostrazioni intorno a due nuove scienze (1638). Galileu é habitualmente apresentado como o primeiro cientista moderno, uma descrição talvez simplista, mas que sublinha correctamente o facto de, para além das suas notáveis descobertas, ter também desempenhado um papel único na redefinição das metodologias e dos objectivos de várias disciplinas científicas, no uso inovador dos textos impressos de ciência, na implantação de uma retórica científica própria, e no lançamento de habilidosas estratégias de aproximação a mecenas científicos.


Henrique Leitão (n. 1964) é investigador no Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia e docente no Mestrado em História e Filosofia da Ciência, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Tem uma vasta obra publicada sobre diversos aspectos da ciência europeia nos séculos XV a XVII. É o coordenador da comissão científica encarregue da publicação das obras de Pedro Nunes, um projecto da Academia das Ciências e da Fundação Calouste Gulbenkian, e foi o coordenador dos projectos de catalogação e estudo dos impressos e manuscritos científicos antigos na Biblioteca Nacional de Portugal. É membro de várias associações académicas nacionais e estrangeiras entre as quais se destaca a Academia das Ciências de Lisboa, a History of Science Society e a European Society for the History of Science (membro do «Scientific Board»). É o único português membro da prestigiada Académie Internationale d’Histoire des Sciences.


Já não recordo o momento em que Galileu chegou até mim, mas desde sempre ficou ligado, às estrelas e ao universo e a essa amada Florença. Mais tarde, o poema de Gedeão trouxe até mim essa áurea romântica da resistência, que no caso presente, nada teve de romântico, pois a violência criminosa da inquisição, nada nem ninguém poupava nessa sanha de seleccionar os crentes e condenar os que supostamente desobedeciam. Galileu trouxe ainda essa magia de alimentar o sonho olhando o céu nocturno onde as estrelas navegam nesse imenso mar da eternidade. Neste seu primeiro trabalho, até o título alimenta a fantasia, Mensageiros das Estrelas. É verdade que é um livro técnico, um relato de uma contínua observação de descoberta, mas é ao mesmo tempo uma viagem pelo novo, pelo desconhecido que Henrique Leitão através de uma assombrosa introdução nos coloca no centro da ciência que obervava o universo no início do século XVII.

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