Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

14 maio, 2010

LEITURAS


Morelba a Tigra desapareceu e Álvaro Montes tem de regressar a Buenos Aires para a encontrar. Passaram muitos anos desde que, em 1975, numa viagem à Argentina, Álvaro e os loucos jovens com os quais percorreu os canais e os rios do Delta fundaram, na brincadeira a Ordem do Tigre. Passou muito tempo desde que se enamorou de Morelba. No final do Século está tudo diferente: os seus amigos sofreram os golpes do amor e da política, converteram-se em cúmplices da ditadura ou em militantes clandestinos. Álvaro regressa ao passado para reviver a intensidade de uns dias que ainda permanecem na sua memória, apesar da distância e por cima da dor.
Um romance que analisa com dureza e sem complacência os traumas da Argentina.


J. J. ARMAS MARCELO nasceu em Las Palmas de Gran Canaria em 1946 e é licenciado em Filologia e Literatura Clássicas pela Universidade Complutense. Reside em Madrid desde 1978. É autor dos romances El camaleón sobre la alfombra (1974; Prémio Galdós), Estado de coma (1976), Calima (1978), Las naves quemadas (1982), El árbol del bien y del mal (1985), Los dioses de sí mísmos (Prémio Internacional de novela Plaza & Janés 1989; Alfaguara, 1966), Madrid, Distrito Federal (1994; Alfaguara, 1999), Los años que fuimos Marilyn (1995), Cuando éramos los mejores (1997), Así en La Habana como en el cielo (Alfaguara, 1998) e El Niño de Luto y el cocinero del Papa (Alfaguara, 2001); e da biografia Vargas Llosa. El vicio de escribir (Alfaguara, 2002). Armas Marcelo colabora habitualmente na imprensa, rádio e televisão. Em 1998 obteve o Prémio González-Ruano de Jornalismo e, desde esse mesmo ano, a Orden de Miranda.
A Dom Quixote publicou, em 2007, o seu romance Quase Todas as Mulheres.


A Argentina é um extraordinário país do continente americano dessa latino América tão rica e pujante na sua diversidade cultural e na sua riqueza humana, patrimonial e paisagista. Há 35 anos um conjunto de militares assassinos, outro nome mais gravoso não conheço, um colectivo de aventureiros criminosos mancharam a dignidade de umas Forças Armadas que deveriam ser apenas o garante da soberania dessa pátria que tanto invocaram e tanto enxovalharam. Durante dez anos a Argentina mergulhou nessas trevas de chumbo, da perseguição, da morte, da ignominia, da tortura e do abandalhamento da vida humana. Prenderam, raptaram, torturaram e lançaram ao mar homens e mulheres vivos, enquanto sequestravam os filhos e os entregavam a pretensos pais. Foram anos de barbárie. Armas Marcelo, leva-nos em viagem por este tenebroso mundo, de forma muito leve e distante, mas suficiente para que se entenda, fazendo o tempo correr pelas vidas dos personagens que foram caminhando por este pântano. Umas, tombaram nessa passagem, outras soçobraram, outras aderiram à indignidade e outras, mantiveram-se íntegras. Ao longo de uma leitura apaixonante, ficamos a conhecê-las todas.

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