Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

19 junho, 2009

LEITURAS


GONÇALO M. TAVARES nasceu em 1970. Em Dezembro de 2001 publicou a sua primeira obra. Recebeu o Prémio José Saramago, o Prémio LER/Millennium-BCP e o Prémio Portugal Telecom de Literatura 2007 (Brasil), com o romance Jerusalém (Círculo de Leitores, 2004; Caminho, 2005); o Prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, com o livro O Senhor Valéry (Caminho); o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com Investigações. Novalis (Difel); e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão/APE) com Água, Cão, Cavalo, Cabeça (Caminho).
Vários dos seus livros deram origens a obras de artistas plásticos, peças de teatro, etc.
Estão em curso edições e traduções de vinte dos seus livros em dezasseis países.


Confesso que o elogio de Saramago ao escritor e à obra me assustou, pois assaltou-me aquela ideia que poderia não encontrar motivos de regozijo na leitura o que me deixaria um pouco vazio, pois Saramago não faz afirmações como a que fez em vão. Contudo, gostei de ler. Lê-se de um fôlego, o que significa que nos prende, nos envolve, desejamos acompanhar a vivência dos personagens, perceber como vão ultrapassar as situações que desejamos perceber. Escrito sem grande rebuscamento mas de conteúdo com muita substância e de bastante reflexão quer na abordagem à loucura, à vivência dos que são tratados e à forma como se “disfarçam” na normalidade do mundo, diria como se camuflam entre essa normalidade com as consequências que advêm das atitudes instintivas, intempestivas e descontroladas, mas suportadas por uma construção consciente e planeada dos actos. Quase nos apetece perguntar, face a tantos acontecimentos que nos rodeiam, quantos de nós fazem parte desse mundo “normal” ou navegam no interior de uma loucura que desconhecemos? A forma como vai fazendo aparecer as personagens e os caminhos que lhes desenha até se encontrarem é relevante, pois esse é um dos aspectos que cativa a leitura e o fim que para as mesmas esboça é também surpreendente, depois de nos fazer passar pela teoria de Theodor Busbeck sobre os povos que matam e os que morrem com Deus à mistura.

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