LEITURAS
"Um pai e um filho caminham sozinhos pela América. Nada se move na paisagem devastada, excepto a cinza no vento. O frio é tanto que é capaz de rachar as pedras. O céu está escuro e a neve, quando cai, é cinzenta. O seu destino é a costa, embora não saibam o que os espera, ou se algo os espera. Nada possuem, apenas uma pistola para se defenderem dos bandidos que assaltam a estrada, as roupas que trazem vestidas, comida que vão encontrando – e um ao outro.
A Estrada é a história verdadeiramente comovente de uma viagem, que imagina com ousadia um futuro onde não há esperança, mas onde um pai e um filho, «cada qual o mundo inteiro do outro», se vão sustentando através do amor. Impressionante na plenitude da sua visão, esta é uma meditação inabalável sobre o pior e o melhor de que somos capazes: a destruição última, a persistência desesperada e o afecto que mantém duas pessoas vivas enfrentando a devastação total."
Cormac McCarthy nasceu em Rhode Island, em 1933, e estudou na Universidade do Tennessee, que deixou para ingressar na Força Aérea. Vive actualmente em Santa Fé, no Sul dos Estados Unidos, com a mulher e o filho. É autor de nove romances. Na Relógio D’Água tem publicados O Filho de Deus, O Guarda do Pomar e Meridiano de Sangue. De entre os prémios que recebeu, destacam-se o National Book Awward e o National Book Critics Circle Award.
José Saramago com o seu Ensaio sobre a Cegueira, Knut Hamsun com a sua Fome já nos haviam perturbado ao mostrarem-nos até onde pode chegar a violência interior dos seres humanos, essa que escondemos, não mostramos mas surge aqui e ali. Saramago trá-la até nós colectivamente e Hamsun de forma isolada, mas ambos no fim deixam um sinal de esperança, pois perante o nosso desespero de incompreensão terminam com uma saída positiva para o personagem ou os personagens. Contudo, este McCarthy recusa qualquer sinal de esperança. No território do que se presume ser os Estados Unidos da América tudo desapareceu e resta apenas devastação, cinzas, deserto de pessoas e as poucas que restam, vagueiam famintas, agressivas, violentas, selvagens, prontas a matar para roubar e comer. Apenas um homem e uma criança, encarnam o bem, mas mesmo assim, este homem por vezes roça a violência do mal, naturalmente que em legítima defesa como convém. Em certa medida parece uma metáfora sobre a realidade daquele país. Na verdade, se aproximarmos o nosso olhar parece encontrarmos todos aqueles indícios, até a devastação, mesmo sem o território estar vazio de gente, ou será que já se encontra mesmo apesar das pessoas que pensamos ver? No final, a esperança parece desaparecer, pois o pai acaba por morrer doente e a criança encontra a companhia de outro ou outros seres humanos que respondendo a uma pergunta do miúdo, dizem fazer parte dos bons. Mas farão?
A Estrada é a história verdadeiramente comovente de uma viagem, que imagina com ousadia um futuro onde não há esperança, mas onde um pai e um filho, «cada qual o mundo inteiro do outro», se vão sustentando através do amor. Impressionante na plenitude da sua visão, esta é uma meditação inabalável sobre o pior e o melhor de que somos capazes: a destruição última, a persistência desesperada e o afecto que mantém duas pessoas vivas enfrentando a devastação total."
Cormac McCarthy nasceu em Rhode Island, em 1933, e estudou na Universidade do Tennessee, que deixou para ingressar na Força Aérea. Vive actualmente em Santa Fé, no Sul dos Estados Unidos, com a mulher e o filho. É autor de nove romances. Na Relógio D’Água tem publicados O Filho de Deus, O Guarda do Pomar e Meridiano de Sangue. De entre os prémios que recebeu, destacam-se o National Book Awward e o National Book Critics Circle Award.
José Saramago com o seu Ensaio sobre a Cegueira, Knut Hamsun com a sua Fome já nos haviam perturbado ao mostrarem-nos até onde pode chegar a violência interior dos seres humanos, essa que escondemos, não mostramos mas surge aqui e ali. Saramago trá-la até nós colectivamente e Hamsun de forma isolada, mas ambos no fim deixam um sinal de esperança, pois perante o nosso desespero de incompreensão terminam com uma saída positiva para o personagem ou os personagens. Contudo, este McCarthy recusa qualquer sinal de esperança. No território do que se presume ser os Estados Unidos da América tudo desapareceu e resta apenas devastação, cinzas, deserto de pessoas e as poucas que restam, vagueiam famintas, agressivas, violentas, selvagens, prontas a matar para roubar e comer. Apenas um homem e uma criança, encarnam o bem, mas mesmo assim, este homem por vezes roça a violência do mal, naturalmente que em legítima defesa como convém. Em certa medida parece uma metáfora sobre a realidade daquele país. Na verdade, se aproximarmos o nosso olhar parece encontrarmos todos aqueles indícios, até a devastação, mesmo sem o território estar vazio de gente, ou será que já se encontra mesmo apesar das pessoas que pensamos ver? No final, a esperança parece desaparecer, pois o pai acaba por morrer doente e a criança encontra a companhia de outro ou outros seres humanos que respondendo a uma pergunta do miúdo, dizem fazer parte dos bons. Mas farão?
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