Sede de Infinito

Infinito é o que se encontra para além de tudo, do conhecimento, da imaginação, do alcance da mão. Ter sede do que se encontra para lá da linha do horizonte é a imensa vontade de alcançar o que não vemos, o que não possuímos, o que não conhecemos, é por fim, uma forma de perseguir o saber e o conhecimento, se assim o desejarmos, conduzir o sonho através do tempo.

11 janeiro, 2009

POESIA AO AMANHECER


Bom dia, Amigos

Pois é verdade, Portugal lá ganhou. Daquela forma sofrida, angustiante, mas o suficiente para alimentar a ilusão e o país poder continuar a esquecer os problemas que o afligem. É como se tivéssemos adormecido e estivéssemos a ter um sonho cor-de-rosa. Isto é o que nos dizem. Lembram-se que o governo até ralhou e chamou anti-patriotas aos portugueses que não pretendiam esquecer a defesa dos seus direitos durante o Euro. O futebol, continua a ser um bom antídoto para adormecer. Reparem que abafou as eleições, as quais deixaram de ser notícia a partir da meia-noite de Domingo, deitando-se assim para trás das costas a mensagem clara dos portugueses que votaram e não me digam agora que foram poucos, porque até nem sou eu que chamo democracia a esta coisa. Mas enfim, Portugal ganhou, alimentou-se a ilusão e as bandeiras continuam a esvoaçar. Gostava é que continuassem desfraldadas depois do Euro, mas para abraçar outras causas, mais nobres e mais verdadeiras.

Quando as minhas palavras
eram trigo

Eu era terra.

Quando as minhas palavras
eram fúria

Eu era tempestade.

Quando as minhas palavras
eram rochas

Eu era rio.

Quando as minhas palavras se
tornaram mel

As moscas cobriram-me
inteiramente os lábios.

MAHMOUD DARWISH, poeta palestiniano nascido em 1942 e um dos mais eloquentes arautos da resistência à ocupação israelita.

"Era sobretudo o seu sorriso e o seu olhar que pareciam criar com a natureza - com o dia e a noite, com o sol, a chuva e a lua, com os animais, as árvores, a tarde e o rio - uma espontânea harmonia."

ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA, in "Tia Suzana Meu Amor"

"O sector público é ineficaz, o privado performante. De Londres a Paris, passando por Wellington e Berlim, os dirigentes privatizam em nome destes princípios, insistentemente declarados e nunca demonstrados. Em consonância com este roteiro, o governo francês pretende reduzir a Segurança Social a uma assistência mínima e oferecer o resto da protecção social à seguradoras. Decidiu ainda alterar o estatuto da companhia de electricidade e gás de França, a EDF-GDG. No entanto, este modelo tem conduzido à falência em toda a parte em que se impôs."

ERNEST ANTOINE, "Europa: os grandes saldos da electricidade", in "Le Monde Diplomatique-edição portuguesa", Junho de 2004

Porto, 17 de Junho de 2004

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