LEITURAS
Em cada uma das quatro partes deste romance, uma personagem se desnuda ou tenta fazê-lo, até aos limites do possível, e uma sociedade consumista, hedonista e angustiada vai surgindo em seu redor.
No entanto persiste em algumas dessas personagens, cuja trajectória de vida passou pelas grandes transformações do 25 de Abril, um conflito interior entre ideais e ambições.
Assistimos a separações, novas ligações e frustrações de vária ordem e a conflitos de geração.
Perto do final, uma decisão do governo sobre a privatização da justiça vem alterar o comportamento de várias personagens.
Em poucos romances portugueses do nosso século ou do século passado terão surgido, com esta iluminação serena de quem muito leu e viveu, confusões de sentimentos, palavras de dor sofreadas, mágoas que se arrastam, tal como desejos intensos, vinganças ou sublimações eróticas, adultérios cujas mais fundas razões desafiam o entendimento do leitor. Perto do final, soltam-se frases de amor reprimidas e o olhar do mais complexo e irónico actor deste drama sem gritos encontra-se plenamente com a paisagem que foi cenário do seu passado.
Urbano Tavares Rodrigues não é apenas o grande escritor do Alentejo, das suas gentes e das suas paisagens, é também o romancista e contista de Lisboa e de outras atmosferas cosmopolitas que, como jornalista e professor universitário, bem conheceu, viajando por todo o mundo.
Catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, membro da Academia das Ciências (Secção de Letras), tem uma vasta obra literária e ensaística traduzida em inúmeros idiomas, do francês e do espanhol ao russo, ao grego, ao romeno, ao búlgaro, ao checo, ao alemão e ao inglês, ao catalão, ao ucraniano, ao croata, ao japonês, ao italiano, ao holandês e ao chinês. Obteve diversos prémios, entre eles o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Fernando Namora e o Ricardo Malheiros da Academia das Ciências.
De entre os seus maiores êxitos de crítica e de público, lembramos A Noite Roxa, Bastardos do Sol, Os Insubmissos, Imitação da Felicidade, Fuga Imóvel, Violeta e a Noite, O Supremo Interdito, Nunca Diremos Quem Sois, A Estação Dourada e O Eterno Efémero.
Urbano Tavares Rodrigues, que foi afastado do ensino universitário durante a ditadura de Salazar e Caetano, participou activamente na resistência e foi preso e encarcerado várias vezes nos anos 60.
Na simplicidade de uma escrita que nos cativa, mergulhamos no mundo dos sentimentos e dos afectos, das relações que se desgastam, da cumplicidade entre aqueles que procuram o conforto de um abraço, uma palavra de carinho, um gesto de paciência e uma atitude de escuta. Dos quatro personagens há uma mulher a quem os homens que a rodearam acabam a história dedicando-lhe palavras de grande ternura e compreensão. Leitura que nos permite a reflexão e nos dá o prazer de passarmos sobre vivência que de alguma forma sempre nos tocam.
No entanto persiste em algumas dessas personagens, cuja trajectória de vida passou pelas grandes transformações do 25 de Abril, um conflito interior entre ideais e ambições.
Assistimos a separações, novas ligações e frustrações de vária ordem e a conflitos de geração.
Perto do final, uma decisão do governo sobre a privatização da justiça vem alterar o comportamento de várias personagens.
Em poucos romances portugueses do nosso século ou do século passado terão surgido, com esta iluminação serena de quem muito leu e viveu, confusões de sentimentos, palavras de dor sofreadas, mágoas que se arrastam, tal como desejos intensos, vinganças ou sublimações eróticas, adultérios cujas mais fundas razões desafiam o entendimento do leitor. Perto do final, soltam-se frases de amor reprimidas e o olhar do mais complexo e irónico actor deste drama sem gritos encontra-se plenamente com a paisagem que foi cenário do seu passado.
Urbano Tavares Rodrigues não é apenas o grande escritor do Alentejo, das suas gentes e das suas paisagens, é também o romancista e contista de Lisboa e de outras atmosferas cosmopolitas que, como jornalista e professor universitário, bem conheceu, viajando por todo o mundo.
Catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, membro da Academia das Ciências (Secção de Letras), tem uma vasta obra literária e ensaística traduzida em inúmeros idiomas, do francês e do espanhol ao russo, ao grego, ao romeno, ao búlgaro, ao checo, ao alemão e ao inglês, ao catalão, ao ucraniano, ao croata, ao japonês, ao italiano, ao holandês e ao chinês. Obteve diversos prémios, entre eles o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Fernando Namora e o Ricardo Malheiros da Academia das Ciências.
De entre os seus maiores êxitos de crítica e de público, lembramos A Noite Roxa, Bastardos do Sol, Os Insubmissos, Imitação da Felicidade, Fuga Imóvel, Violeta e a Noite, O Supremo Interdito, Nunca Diremos Quem Sois, A Estação Dourada e O Eterno Efémero.
Urbano Tavares Rodrigues, que foi afastado do ensino universitário durante a ditadura de Salazar e Caetano, participou activamente na resistência e foi preso e encarcerado várias vezes nos anos 60.
Na simplicidade de uma escrita que nos cativa, mergulhamos no mundo dos sentimentos e dos afectos, das relações que se desgastam, da cumplicidade entre aqueles que procuram o conforto de um abraço, uma palavra de carinho, um gesto de paciência e uma atitude de escuta. Dos quatro personagens há uma mulher a quem os homens que a rodearam acabam a história dedicando-lhe palavras de grande ternura e compreensão. Leitura que nos permite a reflexão e nos dá o prazer de passarmos sobre vivência que de alguma forma sempre nos tocam.
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