LEITURAS
No início o leitor encontra-se em pleno século XVI, em Visegrad, cidade na fronteira entre a Sérvia e Bósnia. Mehmed-Paxá, Grão-vizir, sonha ainda com o dia em que, criança, foi separado da sua família cristã, obrigado a atravessar para a outra margem do rio. É essa criança que agora, décadas depois, convertido à fé do Islão, dá a ordem de construção de uma ponte sobre o rio Drina.
Esta é a história épica dessa ponte, e também dos que a cruzam. A sua edificação exigiu anos de trabalho árduo, lágrimas e sangue, sacrifícios e vítimas. Ao longo dos séculos a ponte foi local de passagem, de encontros, de conversas, de conspirações; sofreu inundações, foi encerrada para impedir o alastrar da peste, assistiu a suicídios; sobre ela transitaram exércitos em fuga e desfilaram outros vitoriosos; nela foram executados espiões; acompanhou o desmoronar de impérios e o nascer de novas nações…
Romance histórico, grande épico europeu, «A ponte sobre o Drina» pertence à categoria das obras incontornáveis da literatura mundial.
Ivo Andric, romancista, poeta, prémio Nobel de Literatura, nasceu na Bósnia em 1892. desde jovem mostrou grande interesse na política da sua época, tornando-se membro do movimento nacionalista progressista Mlada Bosna (Bósnia Jovem), chegando a ser preso por suspeita de conspiração no célebre assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, que originou a I Grande Guerra. Será dentro dos muros da prisão de Maribor, «humilhado como um verme» que escreve os seus primeiros poemas em prosa. A partir de 1920 inicia uma brilhante carreira diplomática que o leva a exercer cargos de destaque nas principais cidades europeias, ao mesmo tempo que vai publicando contos, poemas e relatos de viagem (como por exemplo, Portugal, zelena zemlja, «Portugal, terra verde»).
Os bombardeamentos sobre Belgrado na II Grande Guerra surpreenderam-no em Berlim enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros destacado na Alemanha do III Reich. Não aceita o asilo que os nazis lhe oferecem e regressa a uma Jugoslávia ocupada onde viverá em prisão domiciliária, recusando todos os convites para publicar. Morre em 1975, na Jugoslávia de Tito, acérrimo defensor do regime.
Personagem controverso devido à sua carreira política, Ivo Andric permanece com um dos nomes incontornáveis da literatura mundial. Publicada em mais de 20 países, amplamente elogiada pela crítica e leitores, a sua obra literária, «pela força épica com que retratou temas e representou os destinos humanos inspirados pela história do seu país» foi consagrada pela Academia Sueca em 1961 com o prémio Nobel. Para além de «A Ponte sobre o Drina», a Cavalo de Ferro traduziu do autor o romance, «O pátio maldito».
A Ponte sobre o Drina foi uma descoberta cativante e se de início foi repousante, rapidamente se tornou arrebatadora, nessa viagem pela vida centenária dos homens através de uma ponte. A convivência das religiões, a ocupação otomana, as regras para todos, apesar da ética religiosa impor comportamentos diferentes. O peso da Idade Média com o rigor da vida sagrada a condicionar e a amordaçar o espaço profano, os amores, as revoltas, os sonhos e os ideais de sucessivas gerações a sobrevoarem uma cidade de fronteira, de passagem e de cruzamento, tantas vezes litigioso, das ideias dos homens. A Ponte sobre o Drina é daqueles romances em que sentimos pena termos chegado ao fim da leitura.
Esta é a história épica dessa ponte, e também dos que a cruzam. A sua edificação exigiu anos de trabalho árduo, lágrimas e sangue, sacrifícios e vítimas. Ao longo dos séculos a ponte foi local de passagem, de encontros, de conversas, de conspirações; sofreu inundações, foi encerrada para impedir o alastrar da peste, assistiu a suicídios; sobre ela transitaram exércitos em fuga e desfilaram outros vitoriosos; nela foram executados espiões; acompanhou o desmoronar de impérios e o nascer de novas nações…
Romance histórico, grande épico europeu, «A ponte sobre o Drina» pertence à categoria das obras incontornáveis da literatura mundial.
Ivo Andric, romancista, poeta, prémio Nobel de Literatura, nasceu na Bósnia em 1892. desde jovem mostrou grande interesse na política da sua época, tornando-se membro do movimento nacionalista progressista Mlada Bosna (Bósnia Jovem), chegando a ser preso por suspeita de conspiração no célebre assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, que originou a I Grande Guerra. Será dentro dos muros da prisão de Maribor, «humilhado como um verme» que escreve os seus primeiros poemas em prosa. A partir de 1920 inicia uma brilhante carreira diplomática que o leva a exercer cargos de destaque nas principais cidades europeias, ao mesmo tempo que vai publicando contos, poemas e relatos de viagem (como por exemplo, Portugal, zelena zemlja, «Portugal, terra verde»).
Os bombardeamentos sobre Belgrado na II Grande Guerra surpreenderam-no em Berlim enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros destacado na Alemanha do III Reich. Não aceita o asilo que os nazis lhe oferecem e regressa a uma Jugoslávia ocupada onde viverá em prisão domiciliária, recusando todos os convites para publicar. Morre em 1975, na Jugoslávia de Tito, acérrimo defensor do regime.
Personagem controverso devido à sua carreira política, Ivo Andric permanece com um dos nomes incontornáveis da literatura mundial. Publicada em mais de 20 países, amplamente elogiada pela crítica e leitores, a sua obra literária, «pela força épica com que retratou temas e representou os destinos humanos inspirados pela história do seu país» foi consagrada pela Academia Sueca em 1961 com o prémio Nobel. Para além de «A Ponte sobre o Drina», a Cavalo de Ferro traduziu do autor o romance, «O pátio maldito».
A Ponte sobre o Drina foi uma descoberta cativante e se de início foi repousante, rapidamente se tornou arrebatadora, nessa viagem pela vida centenária dos homens através de uma ponte. A convivência das religiões, a ocupação otomana, as regras para todos, apesar da ética religiosa impor comportamentos diferentes. O peso da Idade Média com o rigor da vida sagrada a condicionar e a amordaçar o espaço profano, os amores, as revoltas, os sonhos e os ideais de sucessivas gerações a sobrevoarem uma cidade de fronteira, de passagem e de cruzamento, tantas vezes litigioso, das ideias dos homens. A Ponte sobre o Drina é daqueles romances em que sentimos pena termos chegado ao fim da leitura.
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