POESIA AO AMANHECER
Bom dia, meus Amigos
Como já todos se aperceberam não sou entendido em arte. Claro que sei que Miguel Ângelo foi um grande pintor, que as pinturas da Capela Sistina são excepcionais, mas isto o comum dos mortais é capaz de dizer, por ter visto, por ouvir falar, ou por outra qualquer razão. Contudo, olho para algumas obras de arte com certo fascínio, seja, no âmbito da pintura, da escultura, do desenho, ou outra. No desenho ainda cheguei a esboçar algumas veleidades, mas não passou disso mesmo. Como dizia, em algumas ocasiões, olho e extasio-me quase sem saber explicar. Há na nossa empresa o gabinete de um Colega onde gosto de ir, exactamente pela existência de dois quadros na parede. Um é um desenho, simples, quase só dois traços, duas cores, o preto acinzentado e o branco. Nele, um sábio, e sábio para mim são aqueles homens, que a idade, a experiência, o saber e o conhecimento forneceram já a capacidade e o bom senso para não dizerem tolices, mas afirmarem, apenas após reflexão sobre as coisas e as pessoas, mas como dizia, um sábio apenas com uma túnica e um capuz com o dedo indicador apontado ao chão, está quase a completar o desenho de uma estrela de cinco pontas na terra ou na areia. Olho e sinto, o pensamento em acção, o encontrar de uma solução, ou a procura do mais além. Não se vê, mas percebe-se a imensidão do tempo e o silêncio e a solidão que tantas vezes acompanha o ser humano na sua marcha pela vida. O outro é uma festa medieval, com toda a alegria, o divertimento, a pândega, o lazer, a música e a bebida que sempre acompanha as gentes, sobretudo aquelas a quem, quase sempre tudo espoliam. Numa época de violência – será que a nossa não o é? – de sofrimento, de míngua e de carência, os seres humanos encontravam ainda forças para extravasarem sentimentos, contidos ao longo de meses e meses de demorado e intenso trabalho. Naquelas paredes, naqueles quadros aparecem assim estampados esses sentimentos contraditórios que alimento dentro da alma. A alegria colectiva, o festejo enquanto elemento cultural, o divertimento como lazer e do outro lado, o pensamento, a reflexão, o silêncio como elemento de construção. É assim que por vezes vejo a arte.
Como já todos se aperceberam não sou entendido em arte. Claro que sei que Miguel Ângelo foi um grande pintor, que as pinturas da Capela Sistina são excepcionais, mas isto o comum dos mortais é capaz de dizer, por ter visto, por ouvir falar, ou por outra qualquer razão. Contudo, olho para algumas obras de arte com certo fascínio, seja, no âmbito da pintura, da escultura, do desenho, ou outra. No desenho ainda cheguei a esboçar algumas veleidades, mas não passou disso mesmo. Como dizia, em algumas ocasiões, olho e extasio-me quase sem saber explicar. Há na nossa empresa o gabinete de um Colega onde gosto de ir, exactamente pela existência de dois quadros na parede. Um é um desenho, simples, quase só dois traços, duas cores, o preto acinzentado e o branco. Nele, um sábio, e sábio para mim são aqueles homens, que a idade, a experiência, o saber e o conhecimento forneceram já a capacidade e o bom senso para não dizerem tolices, mas afirmarem, apenas após reflexão sobre as coisas e as pessoas, mas como dizia, um sábio apenas com uma túnica e um capuz com o dedo indicador apontado ao chão, está quase a completar o desenho de uma estrela de cinco pontas na terra ou na areia. Olho e sinto, o pensamento em acção, o encontrar de uma solução, ou a procura do mais além. Não se vê, mas percebe-se a imensidão do tempo e o silêncio e a solidão que tantas vezes acompanha o ser humano na sua marcha pela vida. O outro é uma festa medieval, com toda a alegria, o divertimento, a pândega, o lazer, a música e a bebida que sempre acompanha as gentes, sobretudo aquelas a quem, quase sempre tudo espoliam. Numa época de violência – será que a nossa não o é? – de sofrimento, de míngua e de carência, os seres humanos encontravam ainda forças para extravasarem sentimentos, contidos ao longo de meses e meses de demorado e intenso trabalho. Naquelas paredes, naqueles quadros aparecem assim estampados esses sentimentos contraditórios que alimento dentro da alma. A alegria colectiva, o festejo enquanto elemento cultural, o divertimento como lazer e do outro lado, o pensamento, a reflexão, o silêncio como elemento de construção. É assim que por vezes vejo a arte.
ÁGUAS DO RIO MANSOA
Doce fundo
onde repousa
o fim de um pensamento…
Doce fundo
onde se afoga
o soluço de um ausente…
Doce fundo
onde se esquece
um homem feito de nada…
Doce fundo
onde apodrece
uma árvore cortada…
Em sonhos
piso
essas margens inocentes.
Em sonhos
me lavo
nessas águas transparentes.
Porque
só turvo
é o coração dos Homens Vivos
feito pedra.
RITA OLIVAES, in “O Nosso Amargo Cancioneiro”
Doce fundo
onde repousa
o fim de um pensamento…
Doce fundo
onde se afoga
o soluço de um ausente…
Doce fundo
onde se esquece
um homem feito de nada…
Doce fundo
onde apodrece
uma árvore cortada…
Em sonhos
piso
essas margens inocentes.
Em sonhos
me lavo
nessas águas transparentes.
Porque
só turvo
é o coração dos Homens Vivos
feito pedra.
RITA OLIVAES, in “O Nosso Amargo Cancioneiro”
E pensei que todo o homem, sem o saber, procura sobretudo na mulher a lembrança do tempo em que a mãe o acolhia.
MARGUERITE YOURCENAR, in “Alexis ou o Tratado do Vão Combate”
MARGUERITE YOURCENAR, in “Alexis ou o Tratado do Vão Combate”
“Simples homem? Deus e Homem? Uma farsa? Uma ilusão? Sanders reafirmou a figura de um Cristo homem, simplesmente. No entanto, sem que o autor o quisesse, o leitor fica com a suspeita de que habitava em Jesus um mistério – e que só esse pode alimentar tanta polémica.”
JOÃO GAMA “Um judeu singular”, comentário sobre o livro “A Verdadeira História de Jesus” de E. P. Sanders, in “História”, Junho de 2005
Porto, 19 de Julho de 2005
JOÃO GAMA “Um judeu singular”, comentário sobre o livro “A Verdadeira História de Jesus” de E. P. Sanders, in “História”, Junho de 2005
Porto, 19 de Julho de 2005
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