POEMAS
Que noite, que noite imensa
que percorro.
Negra, profunda, noite sem luz, sem destino.
Guia-me apenas o olhar das trevas
o olhar invisível desses fantasmas
que esvoaçam em sonhos de naufrago.
E da beleza do teu olhar
esse brilho cintilante que perfura a escuridão
já nem um clarão fugaz chega a ser
Extinguiu-se arrastado por esse trovão imenso
apagou-se no interior deste escuro silêncio.
Caminho com os passos incertos de outrora
estendo os braços e só pressinto a penedia
e como todos os que naufragam
lanço um grito no fragor das ondas
que apenas assusta o uivar das aves marinhas
E responde o silêncio
o sussurro das águas oceânicas
beijando as areias adormecidas.
E o sorriso
onde baila esse sorriso que era uma luz
o sorriso aberto, doce e imenso
que me ensinou a amar-te.
De tudo, resta o anúncio da tempestade
que o vento agreste pressagia.
Prevenido, avisado, agarro-me
às pedras do cais
à luz do farol que já não varre o céu
e vejo-te partir, sem teres chegado
Lenta barca pelo mar adentro
sulcando as ondas
a beleza da vida na proa erguida
e a tormenta chega
como sempre
devastadora.
05/07 de Agosto de 2006
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